Setembro é um mês dedicado à conscientização sobre um tema fundamental e urgente: a prevenção do suicídio. A campanha “Setembro Amarelo”, criada pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), busca incentivar o diálogo sobre saúde mental e destacar a importância de cuidar desse aspecto da vida. Infelizmente, o suicídio ainda é uma das principais causas de morte no mundo. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 700 mil pessoas tiram a própria vida a cada ano, sendo a segunda maior causa de óbito entre jovens de 15 a 29 anos.
No Brasil, a situação também é alarmante. De acordo com o Ministério da Saúde, em 2019, foram registrados cerca de 14 mil suicídios no país. Ainda assim, muitos casos podem ser prevenidos por meio de ações educativas, intervenções precoces e apoio emocional adequado. A “Setembro Amarelo” surge como uma resposta a essa realidade, buscando quebrar o estigma que ainda envolve o tema e oferecendo informações valiosas para a população.
A Importância de Falar sobre Saúde Mental
Apesar de ser um tema delicado, é crucial que a sociedade aprenda a falar sobre saúde mental de forma aberta e sem preconceitos. Infelizmente, muitos ainda veem a depressão e outras condições como fraquezas, o que dificulta a busca por ajuda. Um estudo realizado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) revelou que 20% dos brasileiros sofrem de algum transtorno mental, e muitas dessas pessoas não recebem o tratamento adequado devido ao estigma associado à doença.
O Papel das Empresas na Prevenção ao Suicídio
O ambiente corporativo também tem um papel vital na promoção da saúde mental. De acordo com a International Stress Management Association (ISMA), 70% dos brasileiros sofrem de síndrome de burnout, um esgotamento físico e mental provocado por condições de trabalho extenuantes. Esse quadro pode levar ao desenvolvimento de doenças graves, incluindo depressão. Por isso, a criação de políticas de apoio psicológico dentro das empresas é uma estratégia essencial tanto para o bem-estar dos funcionários quanto para a prevenção do suicídio.
Empresas que adotam práticas voltadas à saúde mental, como a oferta de suporte psicológico, programas de mindfulness e horários flexíveis, se destacam positivamente no mercado. É cada vez mais comum que empregadores percebam que a saúde mental está diretamente ligada à produtividade, ao engajamento e à retenção de talentos.
Como Identificar Sinais de Alerta?
Outro aspecto importante da campanha “Setembro Amarelo” é educar as pessoas a identificarem sinais de alerta em amigos, familiares ou colegas de trabalho. Mudanças bruscas no comportamento, isolamento social, falta de interesse em atividades que antes eram prazerosas, irritabilidade constante e comentários sobre querer desistir da vida são alguns dos indícios de que alguém pode estar em sofrimento.
Buscar ajuda é essencial. No Brasil, o CVV (Centro de Valorização da Vida) oferece apoio emocional gratuito, 24 horas por dia, pelo telefone 188, chat ou e-mail. São mais de 4 mil voluntários treinados para ouvir e apoiar quem está passando por momentos difíceis. Divulgar esses canais de suporte é uma forma eficaz de salvar vidas, e garantir que esses termos estejam presentes em conteúdos sobre saúde mental é essencial para que as informações cheguem a quem mais precisa.
A Internet como Aliada na Prevenção
A internet tem sido uma grande aliada na disseminação de informações sobre saúde mental. Sites especializados, blogs e redes sociais são plataformas poderosas para compartilhar conteúdos educativos e oferecer suporte para quem precisa. A campanha “Setembro Amarelo” tem ganhado força nos últimos anos justamente por meio da comunicação online, alcançando milhões de pessoas em diferentes faixas etárias.
Como Participar do Setembro Amarelo
Qualquer pessoa pode contribuir para a campanha “Setembro Amarelo”. Compartilhar informações nas redes sociais, oferecer suporte a quem precisa e promover diálogos sobre saúde mental são algumas maneiras de participar. Empresas, escolas, universidades e ONGs também podem organizar palestras, rodas de conversa e campanhas de conscientização.
É importante lembrar que a prevenção ao suicídio é uma responsabilidade coletiva. Falar sobre o tema não apenas ajuda a quebrar tabus, mas também pode salvar vidas. A conscientização e o apoio emocional são os primeiros passos para mudar essa realidade.