Pensamentos suicidas podem surgir como resultado de sofrimento emocional intenso, doenças mentais não tratadas ou eventos traumáticos. Infelizmente, muitas pessoas que enfrentam essas questões sentem que não têm para onde ir ou com quem conversar. A campanha “Setembro Amarelo”, que promove a conscientização sobre a prevenção ao suicídio, nos lembra da importância de falar sobre saúde mental e, principalmente, de procurar ajuda em momentos de crise. Neste artigo, vamos guiar você ou alguém que você conhece sobre como buscar apoio em caso de pensamentos suicidas.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o suicídio é responsável por mais de 700 mil mortes por ano em todo o mundo, e muitas dessas mortes poderiam ser evitadas com a devida intervenção. No Brasil, o Ministério da Saúde estima que aproximadamente 14 mil pessoas tiram suas próprias vidas anualmente, e esses números crescentes reforçam a importância de discutir amplamente o tema da saúde mental.
Reconheça a Necessidade de Ajuda
O primeiro passo para buscar ajuda é reconhecer que pensamentos suicidas não são normais e indicam um estado de sofrimento profundo. Esses pensamentos podem estar associados a depressão, ansiedade, transtorno bipolar ou outros distúrbios mentais, mas também podem ser desencadeados por eventos traumáticos ou crises pessoais.
Alguns sinais de alerta que indicam que você ou alguém próximo precisa de ajuda incluem:
- Desesperança: Sentir que não há saída para os problemas e que a vida não vale a pena.
- Isolamento: Evitar contato com amigos, familiares e colegas de trabalho.
- Desinteresse: Perda de interesse em atividades que antes eram prazerosas.
- Mudanças bruscas de comportamento: Alterações no humor, perda de apetite ou insônia.
- Declarações sobre suicídio: Falar sobre querer morrer ou desaparecer.
Passos Imediatos para Procurar Ajuda
Se você ou alguém que você conhece está enfrentando pensamentos suicidas, é essencial agir rapidamente. Aqui estão algumas ações importantes que podem ajudar:
1. Fale com Alguém de Confiança
A primeira coisa a fazer é compartilhar seus sentimentos com alguém em quem você confia, seja um amigo, familiar ou colega. Muitas vezes, falar sobre seus pensamentos pode aliviar o peso emocional. Lembre-se de que não é um sinal de fraqueza procurar apoio, mas sim um ato de coragem.
2. Procure um Profissional de Saúde Mental
Os psicólogos e psiquiatras são os profissionais mais indicados para oferecer apoio especializado. Eles podem fornecer um diagnóstico adequado e sugerir tratamentos, como terapia ou medicação, que ajudem a controlar os pensamentos suicidas. Terapia cognitivo-comportamental (TCC), por exemplo, é uma abordagem eficaz usada por muitos psicólogos para tratar pensamentos suicidas, conforme estudos apontados pelo National Institute of Mental Health (NIMH).
3. Acesse Linhas de Apoio Imediato
No Brasil, o Centro de Valorização da Vida (CVV) é uma das principais entidades que oferece apoio emocional gratuito, 24 horas por dia, através do telefone 188, chat ou e-mail. O CVV conta com voluntários treinados que estão prontos para ouvir sem julgamentos e orientar sobre os próximos passos. O serviço é anônimo e pode ser um importante ponto de apoio para quem está em crise.
A Importância de Intervenção Profissional
Buscar ajuda profissional é crucial. De acordo com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), 20% dos brasileiros sofrem de algum transtorno mental, mas menos de 10% recebem tratamento adequado. Esse dado revela a importância de encorajar aqueles que estão em sofrimento a procurarem um psicólogo ou psiquiatra.
A psiquiatria é especialmente importante em casos de pensamentos suicidas recorrentes ou de doenças como a depressão severa. Muitas vezes, os pensamentos suicidas estão associados a desequilíbrios químicos no cérebro que podem ser tratados com medicamentos adequados. O tratamento psiquiátrico pode ser vital para estabilizar o humor e proporcionar alívio.
Quando e Como Procurar Ajuda de Emergência
Em casos de crise aguda, onde há risco iminente de suicídio, procurar ajuda em uma emergência psiquiátrica ou ir diretamente a um hospital pode ser a melhor opção. Em muitas cidades, existem serviços especializados que atendem emergências de saúde mental, oferecendo um suporte mais imediato e, muitas vezes, encaminhando a pessoa para tratamentos continuados.
Além disso, informar a alguém próximo sobre a situação de emergência é fundamental. Não hesite em pedir que o acompanhem a um hospital ou centro de saúde. O apoio físico e emocional de amigos ou familiares pode ser um fator crucial para a segurança em momentos de crise.
O Telefone de contato com o CVV – Centro de Valorização à Vida é o 188. Em caso de necessidade de apoio imediato, entre em contato e converse com um especialista.
Apoio Contínuo e Redes de Suporte
O apoio emocional não termina com a procura por ajuda inicial. Criar uma rede de apoio contínua, composta por amigos, familiares, profissionais de saúde e, em alguns casos, grupos de apoio, é uma maneira eficaz de lidar com os pensamentos suicidas no longo prazo. A participação em grupos de apoio, como aqueles organizados por entidades como o CVV, pode ajudar a trocar experiências com outras pessoas que enfrentam desafios semelhantes.
Além disso, as empresas podem desempenhar um papel vital nesse processo, oferecendo programas de saúde mental no ambiente de trabalho, como a assistência psicológica e programas de qualidade de vida. O ambiente de trabalho muitas vezes é um espaço onde sinais de alerta podem ser observados, e os gestores devem estar atentos a mudanças comportamentais nos colaboradores.
Recursos Online para Apoio à Saúde Mental
Se você prefere um primeiro contato mais discreto, existem diversas opções de terapia online que oferecem suporte emocional de forma acessível e rápida. Plataformas como Zenklub e Vittude oferecem sessões com psicólogos licenciados e são uma alternativa para quem busca ajuda de maneira prática. Essa abordagem pode ser especialmente útil para quem vive em áreas com poucos recursos de saúde mental disponíveis.
Pensamentos suicidas podem ser devastadores, mas eles não precisam ser enfrentados sozinhos. Procurar ajuda, seja de um amigo, familiar, profissional de saúde ou serviço de emergência, é o primeiro e mais importante passo para sair da crise. A prevenção ao suicídio começa com o diálogo, a empatia e a busca por apoio. A vida tem solução, mesmo nos momentos mais difíceis.
Fontes:
- Organização Mundial da Saúde (OMS)
- Ministério da Saúde
- National Institute of Mental Health (NIMH)
- Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)
- Centro de Valorização da Vida (CVV)